Adamo Adeleite ainda baixa a cabeça e aperta as mãos quando fala no Idai.
“Foi um dia muito triste na minha vida, porque vi muitas mortes. Foi uma devastação enorme”, recorda o jovem que frequenta o curso de refrigeração da Young Africa, na Extremo. A organização acolhe levante semestre 900 jovens, na Extremo, e mais 500, no Dondo. A directora, Aksana Varela, nota que “o Idai” criou muitas oportunidades”, sobretudo nas áreas de construção social, electricidade e carpintaria.
Obras na Young Africa, Extremo
© Cristina Lai Men/TSF
Na fundura do Idai, muitos alunos deixaram de chegar nas aulas. Uns foram realojados com a família; outros deixaram de ter condições para se transmitir; os que voltaram, ficavam isolados e cabisbaixos. Um ano depois, Adamo vê no curso, uma forma de olvidar e deposita uma “fé grande” em conseguir um serviço mal ultimar a formação.
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Alunos no inspecção de culinária
© Cristina Lai Men/TSF
No curso de galanteio e costura, Dólica Mussore também quer “saber ser e saber fazer”, para gerar um auto-emprego. A jovem e a família estiveram dois dias à procura do corpo do paraninfo dos pais, levado pela força das águas do Idai.
Alunos do curso de culinária
© European Union/Maquiti
Dólica recorda também uma prima que ficou internada no hospital durante um mês, com ferimentos graves, mas acredita no hino da Young Africa, que todos cantam nas primeiras horas da manhã: “o porvir de Moçambique estará nas nossas mãos”. Ou uma vez que sublinha a directora Aksana Varela: “imagina que estás com vida. Tens de voltar a confiar que a vida existe, que daqui temos mais 100 anos de vida e que o tufão não volta mais. Ele veio, mas não volta mais”.
A autora não escreve segundo a ortografia alterada pelo Conformidade Ortográfico de 1990
Por , em 2020-03-20 04:30:00
Nascente www.tsf.pt